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No texto anterior, abordamos o primeiro dos pilares do mindfulness: atenção. O segundo pilar é a intenção, relacionada ao questionamento: por que eu estou fazendo isso? A cada momento, em cada ação que realizar, procure investigar isso, compreender a motivação por trás da sua ação em dado momento. Estar mais presente e consciente pode evocar a motivação que precisa para seguir em frente na sua jornada diária.

Pergunte-se qual a sua aspiração, o que profundamente o motiva, qual o propósito pelo qual você acorda todas as manhãs. Entender como a intenção (ou motivação) move suas decisões e, consequentemente, suas ações é importante para perceber se o caminho que você está trilhando é realmente aquilo que você deseja. De que forma esta ação, que acontece neste momento, te ajuda a se aproximar das suas metas de vida?

Importante destacar que tais questionamentos não precisam ser encarados como pressão. Eles podem ser um caminho para descobrir qual o sentido de suas ações e conectar suas intenções com o seu coração, com aquilo que é sua vocação, seu propósito, sua essência.

Conectando-se com seu coração

A intenção ajuda a encontrar a direção que você quer seguir em meio à infinidade de possibilidades. Entender que a intenção é como o Norte da bússola implica assumir a responsabilidade por nossas ações, emoções e pensamentos, pois sabemos que nossa resposta às situações que a vida nos apresenta é uma escolha. O empoderamento surge como recurso natural, sempre presente em nós.

No treino de mindfulness, é importante permanecer atento, ver claramente, apoiado por uma base de profunda tranquilidade e relaxamento. Pode parecer um paradoxo, mas tente puxar da memória os momentos em que você fez melhores escolhas – certamente foram momentos com uma atenção clara e precisa e um centramento tranquilo. Para cultivar cada vez mais essas qualidades, recomendamos aplicar e estar ciente de todos os pilares do mindfulness: intenção, atenção e atitude. Assim, mudanças expressivas podem acontecer em sua vida, melhorando o relacionamento com as pessoas à sua volta.

Os 3 pilares do mindfulness: O treinamento em mindfulness baseia-se em três pilares: intenção, atenção e atitude. Suas técnicas constituem uma forma efetiva de treinar a mente e o coração para que estejam mais presentes, mantendo a atenção momento a momento, em uma postura de compaixão consigo mesmo e com os outros.

A intenção

Intenção, no treinamento em mindfulness, significa saber por que você está meditando. Qual o seu objetivo, a sua aspiração? Essa postura se reflete na vida como um todo, ajudando você a se lembrar, de forma recorrente, do motivo pelo qual está fazendo qualquer coisa, enquanto a estiver fazendo.

Segundo estudos científicos, quase metade do tempo a mente costuma divagar, seja em expectativas de controle do futuro, seja ruminando sobre o passado – o que está diretamente ligado à ansiedade e ao estresse crônico. A prática de mindfulness vai na contramão disso, treinando a capacidade de atenção, de manter a mente focada no presente. Isso não significa que você deve dispersar ou negar os pensamentos, sentimentos, emoções e sensações corporais, o que seria praticamente impossível. Trata-se de mudar a relação que você tem com seu corpo, sua mente e seu coração a cada momento. Ou seja, o treino da atenção, junto da intenção, leva você a se responsabilizar por seu próprio estado corporal, emocional e mental, em vez de se colocar no papel de vítima das pessoas e situações – ou, às vezes, no papel de algoz.

Atenção e atitude estão conectadas

Treinando estabilizar a atenção no momento presente, passamos a enxergar a realidade com mais clareza. Quando você pratica mindfulness, torna-se fundamental exercitar uma certa atitude: a de acolher os fenômenos internos e externos com aceitação, curiosidade, gentileza, cuidado e confiança, reconhecendo o momento como ele é, e não através da ansiedade e do estresse.

A atitude está relacionada à maneira como reconhecemos os fenômenos enquanto eles acontecem. Você os recebe com reatividade, reproduzindo padrões e condicionamentos, ou busca cultivar clareza, tranquilidade, interesse, flexibilidade e discernimento? Isso não quer dizer que você deve se sentir feliz o tempo todo, mas que você está acolhendo a experiência do momento presente, mesmo se for tingida pelo medo, pela tristeza ou por outra emoção desconfortável. Você está acolhendo a sua vida.

E você só consegue fazer isso se deixar a autocrítica de lado: aqueles pensamentos que constantemente dizem que você não é bom o suficiente, que não está fazendo bem, que há algo errado em você. Livre de julgamentos, a prática de mindfulness consiste em conhecer e mergulhar integralmente na experiência total de estar vivo, respirando, neste exato momento, intersendo com uma infinidade de outros seres e com a natureza, das menores células no corpo às maiores galáxias no espaço. Viver em plenitude a vida que temos.