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A percepção do mindfulness no ambiente da saúde

A percepção do mindfulness na saude

A percepção do mindfulness no ambiente da saúde

A percepção do mindfulness no ambiente da saúde

O ambiente da saúde está doente. Já estive em locais onde mais da metade dos profissionais usavam remédios para lidar com transtornos como ansiedade e depressão. Em ambientes de internação, o número sobe ainda mais por causa do nível de sofrimento, dor e estresse com que eles lidam.

Mesmo os estudantes de Medicina são expostos a um nível de estresse muito alto durante seus anos de estudo, por conta do conteúdo enorme que são obrigados a decorar, por terem de longos plantões sem conseguirem sequer se alimentar corretamente, por sofrerem grande pressão. A própria forma como a Graduação é montada dificulta o desenvolvimento da empatia, que seria uma habilidade essencial em profissionais da saúde que lidam com pessoas que passam por diversos tipos de dificuldades. Muitos estudantes do curso de Medicina da Unesp Botucatu frequentam os cursos de mindfulness da Assertiva, o que possibilita esse contato com a realidade da qual eles fazem parte.

Na saúde pública ainda existe o agravante de existirem poucos profissionais para atender a população, o que acaba gerando ainda mais estresse para os profissionais.

A prática de mindfulness pode ajudar. Lembro-me de uma situação específica em um curso que ofereci que mostra como os profissionais de saúde conseguiram melhorar o atendimento aos pacientes através do desenvolvimento da empatia entre eles. Para virem ao curso de mindfulness, elas saíam de seus turnos, muitas vezes, sem dar banho nos alguns pacientes, o que acabava sobrecarregando o pessoal do próximo turno. No decorrer do curso, a partir das reflexões, de forma espontânea, elas passaram a dar o banho antes da hora usual, para poderem vir ao curso sem deixar trabalho extra para os outros profissionais. De forma prática, gerou empatia e solidariedade.

Na Assertiva Mindfulness, também já oferecemos cursos para cuidadores e familiares de pacientes com esquizofrenia. Todos relataram mudanças significativas. Os cuidadores, que, com o tempo, deixam de cuidar de si mesmos, resgataram esse olhar e retomaram o cuidado consigo, se fortalecem e, assim, melhoraram também a qualidade do atendimento aos pacientes.

Em minha opinião, esses benefícios ocorrem porque mindfulness é, na verdade, uma experiência de amor. O nosso corpo é constituído por cerca de 10 trilhões de células humanas e 100 trilhões de células de micro-organismos, ou seja, nós somos uma experiência de cooperação. Eu não poderia dizer “eu sou o Luiz”! Eu deveria dizer “nós somos o Luiz”! Existe uma infinidade de seres no meu corpo e, sem eles, eu não sobreviveria.

A experiência de ser um corpo vivo andando sobre a terra é uma experiência de cooperação em harmonia. E não é só o nosso corpo: tudo ao nosso redor – o Sol, as plantas, os outros seres e tudo o mais – colabora para a nossa existência. As coisas se encaixam e funcionam perfeitamente para poder haver vida em evolução.

Ao praticar mindfulness, mergulhamos em um universo de colaboração e compaixão, sem perder a consciência de que coisas não saudáveis também acontecem.

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